terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Medo de Nós Próprios

Acredito que se um homem vivesse a sua vida plenamente, desse forma a cada sentimento, expessão a cada pensamento, realidade a cada sonho, acredito que o mundo beneficiaria de um novo impulso de energia tão intenso que esqueceríamos todas as doenças da época medieval e regressaríamos ao ideal helénico, possivelmente até a algo mais depurado e mais rico do que o ideal helénico. Mas o mais corajoso homem entre nós tem medo de si próprio. A mutilação do selvagem sobrevive tragicamente na autonegação que nos corrompe a vida. Somos castigados pelas nossas renúncias. Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez, e acaba com o pecado, porque a acção é um modo de expurgação. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Se lhe resistirmos, a nossa alma adoece com o anseio das coisas que se proibiu, com o desejo daquilo que as suas monstruosas leis tornaram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos do mundo ocorrem no cérebro. É também no cérebro, e apenas neste, que ocorrem os grandes pecados do mundo.

Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray'

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Poder e o Conhecimento...

Entre o conhecimento e o poder existe não só a relação de servilismo, mas também de verdade. Muitos conhecimentos, embora formalmente verdadeiros, são nulos fora de toda a proporção com a repartição de poderes. Quando o médico expatriado diz- "Para mim, Adolf Hitler é um caso patológico" - o resultado clínico acabará talvez por confirmar o seu juízo, mas a desproporção deste com a desgraça objectiva que, em nome do paranóico, se espalha pelo mundo faz de tal diagnóstico, com que se incha o diagnosticador, algo ridículo. Talvez Hitler seja "em si" um caso patológico, mas certamente não "para ele". A vaidade e a pobreza de muitas manifestações do exílio contra o fascismo ligam-se a este facto. Os que expressam os seus pensamentos na forma de juízo livre, distanciado e desinteressado são os que não foram capazes de assumir nessa forma a experiência da violência, o que torna inútil tal pensamento. O problema, quase insolúvel, consiste aqui em não se deixar imbecilizar nem pelo poder dos outros nem pela impotência própria.

Theodore Adorno, in "Minima Moralia"

domingo, 28 de setembro de 2008

A Esquerda e a Direita

Os políticos que se dizem de esquerda, por ser o bom sítio de se ser político, estão sempre a afirmar que são de esquerda, não vá a gente esquecer-se ou julgar que mudaram de poiso. Mas dito isso, não é preciso ter de explicar de que sítio são os actos que a necessidade política os vai obrigando a praticar. Como os de direita, aliás, que é um lugar mais espinhoso. O que importa é dizerem onde instalaram a sua reputação, na ideia de que o nome é que dá a realidade às coisas. E se antes disso nos explicassem o que é isso de ser de esquerda ou de direita? Nós trabalhamos com papéis que não sabemos se têm cobertura, como no faz-de-conta infantil. Mas o que é curioso é que o comércio político funciona à mesma com os cheques sem cobertura. E ninguém tira a limpo esse abuso de confiança, para as cadeias existirem. Mas o homem é um ser fictício em todo o seu ser. E é precisa a morte para ele enfim ser verdadeiro.

Vergílio Ferreira, in 'Pensar'

sábado, 27 de setembro de 2008

O Sentimento de Poder...

Ao fazer o bem e mal, exercemos o nosso poder sobre aqueles a quem se é forçado a fazê-lo sentir; porque o sofrimento é um meio muito mais sensível, para esse fim, do que o prazer: o sofrimento procura sempre a sua causa enquanto o prazer mostra inclinação para se bastar a si próprio e a não olhar para trás. Ao fazer bem ou ao desejarmos o bem exercemos o nosso poder sobre aqueles que, de uma maneira ou de outra, estão já na nossa dependência (quer dizer que se habituaram a pensar em nós como nas suas causas); queremos aumentar o seu poder porque assim aumentamos o nosso, ou queremos mostrar-lhes a vantagem que há em estar em nosso poder; ficarão mais satisfeitos com a sua situação e mais hostis aos inimigos do nosso poder, mais prontos a combatê-los. O facto de fazermos sacrifícios para fazer o bem ou o mal não altera em nada o valor definitivo dos nossos actos; mesmo se arriscarmos a nossa vida, como o mártir pela sua igreja, é um sacrifício que fazemos à nossa necessidade de poder, ou a fim de conservar o nosso sentimento de poder.

Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A Habilidade Específica de um Político...

A habilidade específica do político consiste em saber que paixões pode com maior facilidade despertar e como evitar, quando despertas, que sejam nocivas a ele próprio e aos seus aliados. Na política como na moeda há uma lei de Gresham; o homem que visa a objectivos mais nobres será expulso, excepto naqueles raros momentos (principalmente revoluções) em que o idealismo se conjuga com um poderoso movimento de paixão interesseira. Além disso, como os políticos estão divididos em grupos rivais, visam a dividir a nação, a menos que tenham a sorte de a unir na guerra contra outra. Vivem à custa do «ruído e da fúria, que nada significam». Não podem prestar atenção a nada que seja difícil de explicar, nem a nada que não acarrete divisão (seja entre nações ou na frente nacional), nem a nada que reduza o poderio dos políticos como classe.

Bertrand Russell, in 'Ensaios Cépticos: A Necessidade do Ceptcismo Político'

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Horizontes de Eternidade...

A morte não é um acontecimento da vida. A morte não pode ser vivida. Caso se compreenda por eternidade não uma duração temporal infinita, mas a intemporalidade, quem vive no presente é quem vive eternamente. A nossa vida é tanto mais sem fim quanto mais o nosso campo de visão não tem limites.

Ludwig Wittgenstein, in 'Tratado Lógico-Filosófico'

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

As Três Fases da Moralidade

Temos o primeiro sinal de que o animal se tornou homem, quando a sua actuação já não se relaciona com o bem-estar momentâneo, mas com o duradouro, pro­va de que o homem adquire o sentido do útil, do adequado: é então que, pela primeira vez, irrompe o livre senhorio da razão. Um estádio ainda mais ele­vado é alcançado, quando ele age consoante o prin­cípio da honra; graças ao mesmo, ele adapta-se, sub­mete-se a sentimentos comuns, e isso ergue-o muito acima da fase, em que só a utilidade entendida em termos pessoais o guiava: ele respeita e quer ser res­peitado, isto é, entende o proveito como dependente do que ele opina acerca dos outros, do que os outros opinam acerca dele. Finalmente, na fase mais eleva­da da moralidade em uso até agora, ele age segundo o seu critério quanto às coisas e às pessoas, ele próprio determina para si e para outros o que é honroso, o que é útil; tornou-se o legislador das opiniões, em conformidade com o conceito cada vez mais desen­volvido do útil e do honroso. O conhecimento habi­lita-o a preferir o mais útil, ou seja, a colocar o pro­veito geral e duradouro à frente do pessoal, a respeitosa estima de valia geral e duradoura à frente da momentânea; ele vive e actua como indivíduo co­lectivo.

Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Nossa Crise Mental

Que pensa da nossa crise? Dos seus aspectos — político, moral e intelectual? A nossa crise provém, essencialmente, do excesso de civilização dos incivilizáveis. Esta frase, como todas que envolvem uma contradição, não envolve contradição nenhuma. Eu explico. Todo o povo se compõe de uma aristocracia e de ele mesmo. Como o povo é um, esta aristocracia e este ele mesmo têm uma substância idêntica; manifestam-se, porém, diferentemente. A aristocracia manifesta-se como indivíduos, incluindo alguns indivíduos amadores; o povo revela-se como todo ele um indivíduo só. Só colectivamente é que o povo não é colectivo. O povo português é, essencialmente, cosmopolita. Nunca um verdadeiro português foi português: foi sempre tudo. Ora ser tudo em um indivíduo é ser tudo; ser tudo em uma colectividade é cada um dos indivíduos não ser nada. Quando a atmosfera da civilização é cosmopolita, como na Renascença, o português pode ser português, pode portanto ser indivíduo, pode portanto ter aristocracia. Quando a atmosfera da civilização não é cosmopolita — como no tempo entre o fim da Renascença e o princípio, em que estamos, de uma Renascença nova — o português deixa de poder respirar individualmente. Passa a ser só portugueses. Passa a não poder ter aristocracia. Passa a não passar. (Garanto-lhe que estas frases têm uma matemática íntima). Ora um povo sem aristocracia não pode ser civilizado. A civilização, porém, não perdoa. Por isso esse povo civiliza-se com o que pode arranjar, que é o seu conjunto. E como o seu conjunto é individualmente nada, passa a ser tradicionalista e a imitar o estrangeiro, que são as duas maneiras de não ser nada. É claro que o português, com a sua tendência para ser tudo, forçosamente havia de ser nada de todas as maneiras possíveis. Foi neste vácuo de si-próprio que o português abusou de civilizar-se. Está nisto, como lhe disse, a essência da nossa crise. As nossas crises particulares procedem desta crise geral. A nossa crise política é o sermos governados por uma maioria que não há. A nossa crise moral é que desde 1580 — fim da Renascença em nós e de nós na Renascença — deixou de haver indivíduos em Portugal para haver só portugueses. Por isso mesmo acabaram os portugueses nessa ocasião. Foi então que começou o português à antiga portuguesa, que é mais moderno que o português e é o resultado de estarem interrompidos os portugueses. A nossa crise intelectual é simplesmente o não termos consciência disto. Respondi, creio, à sua pergunta. Se V. reparar bem para o que lhe disse, verá que tem um sentido. Qual, não me compete a mim dizer.
Fernando Pessoa, in 'Portugal entre Passado e Futuro'

A Morte e o Sexo...

A vida dá-nos indicações sob várias formas de que a morte não deveria assustar-nos, pelo contrário, que é agradável. O sono é-nos dado como um protótipo da morte, e lutamos por ele todas as noites, que nos dá o maior esquecimento da vida. Não tememos o esquecimento; desejamo-lo porque nos dá paz. O sexo também nos sugere como será agradável a morte, mas não prestamos atenção. Se pudéssemos morrer duas vezes, então talvez não receássemos a segunda vez. Tal como uma virgem receia a dor causada pela introdução do pénis, mas sente prazer da segunda vez e fica cheia de vontade de sexo e ansiosa por isso, não prestando atenção à insignificância da dor comparada com o prazer que recebe. Por isso só temos uma morte, para que ao percebermos o seu encanto da primeira vez, não nos sentíssemos mais poderosamente atraídos por ela do que pela vida. Deus não seria capaz de nos manter vivos, como não foi capaz de nos manter na inocência, e estaríamos continuamente a lutar por nos sucidarmos. O sexo é-nos dado como uma substituição para a morte múltipla. Depois de nos restabelecermos de uma morte doce, ficamos cheios de vontade de a experimentar outra vez.

Alexander Puschkine, in 'Diário Secreto'

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Futuro de Portugal...

O que calcula que seja o futuro da raça portuguesa? — O Quinto Império. O futuro de Portugal — que não calculo, mas sei — está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas do Bandarra, e também nas quadras de Nostradamus. Esse futuro é sermos tudo. Quem, que seja português, pode viver a estreiteza de uma só personalidade, de uma só nação, de uma só fé? Que português verdadeiro pode, por exemplo, viver a estreiteza estéril do catolicismo, quando fora dele há que viver todos os protestantismos, todos os credos orientais, todos os paganismos mortos e vivos, fundindo-os portuguesmente no Paganismo Superior? Não queiramos que fora de nós fique um único deus! Absorvamos os deuses todos! Conquistamos já o Mar: resta que conquistemos o Céu, ficando a terra para os Outros, os eternamente Outros, os Outros de nascença, os europeus que não são europeus porque não são portugueses. Ser tudo, de todas as maneiras, porque a verdade não pode estar em faltar ainda alguma cousa! Criemos assim o Paganismo Superior, o Politeísmo Supremo! Na eterna mentira de todos os deuses, só os deuses todos são verdade.

Fernando Pessoa, in 'Portugal entre Passado e Futuro'

A Necessidade do Mal...

Examinai a vida dos homens e dos povos melhores e mais fecundos, e perguntai se uma árvore que deve elevar-se altivamente nos ares pode dispensar o mau tempo e as tempestades; se a hostilidade do exterior, as resistências exteriores, todas as espécies de ódio de inveja, de teimosia, de desconfiança, de dureza, de avidez e de violência não fazem parte das circunstâncias favoráveis sem as quais nada, nem sequer a virtude, poderia crescer grandemente? O veneno que mata as naturezas fracas é um fortificante para as fortes; ... e por isso não lhe chamam veneno.

Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'

domingo, 21 de setembro de 2008

Instinto de Rebanho

Em toda a parte onde encontramos uma moral encontramos uma avaliação e uma classificação hierárquica dos instintos e dos actos humanos. Essas classificações e essas avaliações são sempre a expressão das necessidades de uma comunidade, de um rebanho: é aquilo que aproveita ao rebanho, aquilo que lhe é útil em primeiro lugar - e em segundo e em terceiro -, que serve também de medida suprema do valor de qualquer indivíduo. A moral ensina a este a ser função do rebanho, a só atribuir valor em função deste rebanho. Variando muito as condições de conservação de uma comunidade para outra, daí resultam morais muito diferentes; e, se considerarmos todas as transformações essenciais que os rebanhos e as comunidades, os Estados e as sociedades são ainda chamados a sofrer, pode-se profetizar que haverá ainda morais muito divergentes. A moralidade é o instinto gregário no indivíduo.

Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'

sábado, 20 de setembro de 2008

Trabalho e Descanso na Justa Medida...

A mente não se deve manter sempre na mesma intenção ou tensão, antes deve dar-se também à diversão. Sócrates não se envergonhava de brincar com as crianças, Catão aliviava com vinho o seu ânimo fatigado dos cuidados públicos e Cipião dançava com aquele corpo triunfante e militar (...) O nosso espírito deve relaxar: ficará melhor e mais apto após um descanso. Tal como não devemos forçar um terreno agrícola fértil com uma produtividade ininterrupta que depressa o esgotaria, também o esforço constante esvaziará o nosso vigor mental, enquanto um curto período de repouso restaurará o nosso poder. O esforço continuado leva a um tipo de torpor mental e letargia. Nem os desejos dos homens devem encaminhar-se tão depressa nesta direcção se o desporto e o jogo os envolvem numa espécie de prazer natural; embora uma repetida prática destrua toda a gravidade e força do nosso espírito. Afinal, o sono também é essencial para nos restaurar, mas se o prolongássemos constantemente, dia e noite, seria a morte.

Séneca, in 'Da Brevidade da Vida'

Pense...

Vale bem a leitura...

Leia, Ouça, Veja, mas sobretudo, Pense

Se grandes invenções ou descobertas, como o fogo, a roda ou a alavanca, se fizeram antes que o homem fosse, historicamente, capaz de escrever, também se põe como fora de dúvida que mais rapidamente se avançou quando foi possível fixar inteligência em escrita, quando o saber se pôde transmitir com maior fidelidade do que oralmente, quando biblioteca, em qualquer forma, foi testamento do passado e base de arranque para o futuro. A livro se veio juntar arquivo, para o que mais ligeiro se afigurava; e fora de bibliotecas ou arquivos ficaram os milhões de páginas de discorrer ou emoção humana que mais ligeiras pareceram ainda, ou menos duradouras. Escrevendo ou lendo nos unimos para além do tempo e do espaço, e os limitados braços se põem a abraçar o mundo; a riqueza de outros nos enriquece a nós. Leia.
Milhões de homens, porém, no mundo actual estão incapacitados de escrever e de ler, muito menos porque faltam métodos e meios do que incitamento que os levante acima do seu tão difícil quotidiano e vontade de quem mais pode de que seus reais irmãos mais dependam de si próprios do que de exteriores e quase sempre enganadoras salvações. Mais se comunica falando do que de qualquer outra forma; o que nos dizem muitas vezes nos parece de nenhuma importância, mas talvez tenha havido uma falha na atitude de escutar do que no conteúdo do que se disse; porventura a palavra-chave estava aí, mas estávamos distraídos, ou ansiosos por nós próprios falarmos; e no vento fugiu, a outros ouvidos ou a nenhuns. Ouça. No tempo em que a antropologia ainda julgava que o homem descendia do macaco notou-se, para os distinguir, que um, mesmo no estádio mais primitivo, desenhava; o outro, mesmo que antropóide superior, nem olhava o desenho. Imagem nos veio acompanhando pela História fora, desde as pinturas ou gravuras rupestres, cujo verdadeiro significado ainda está por encontrar, até cinema ou televisão, sobre cujo significado igualmente muitas vezes nos podemos interrogar e que se tem de arrancar o mais depressa possível ao domínio do lucro, da publicidade ou das propagandas ideológicas para que possam cumprir, como nas formas mais antigas, a sua missão de iluminar, inspirar e consagrar o mundo. Imagem o cerca. Veja. Mas o que vê e ouve ou lê nada mais lhe traz senão matéria-prima de pensamento, já livre de muita impureza de minério bruto, porquanto antes do seu outros pensamentos o pensaram; mas, por o pensarem, alguma outra impureza lhe terão juntado. Nunca se precipite, pois, a aderir; não se deixe levar por nenhum sentimento, excepto o do amor de entender, de ver o mais possível claro dentro e fora de si; critique tudo o que receba e não deixe que nada se deposite no seu espírito senão pela peneira da crítica, pelo critério da coerência, pela concordância dos factos; acredite fundamentalmente na dúvida construtiva e daí parta para certezas que nunca deixe de ver como provisórias, excepto uma, a de que é capaz de compreender tudo o que for compreensível; ao resto porá de lado até que o seja, até que possa pôr nos pratos da sua balancinha de razão. A tudo pese. Pense.
Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Agradar a todos e a ninguém...

Aqueles que procuram agradar andam muito enganados. Para agradar, tornam-se maleáveis e dúcteis, apressam-se a corresponder a todos os desejos. E acabam por trair em todas as coisas, para serem como os desejam. Que hei-de eu fazer dessas alforrecas que não têm ossos nem forma? Vomito-os e restituo-os às suas nebulosas: vinde ver-me quando estiverdes construídos. As próprias mulheres se cansam quando alguém, para lhes demonstrar amor, aceita fazer-se eco e espelho, porque ninguém tem necessidade da sua própria imagem. Mas eu tenho necessidade de ti. Estás construído como fortaleza e eu bem sinto o teu núcleo. Senta-te ali, porque tu existes. A mulher desposa e torna-se serva daquele que é de um império.

Antoine de Saint-Exupéry, in 'Cidadela'

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pensa...


Pense por si Próprio

Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição, venha a pensar o mesmo que eu; mas, nessa altura. já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.

Agostinho da Silva, in 'Cartas a um Jovem Filósofo'

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Dica da Semana...

Saber Aconselhar
Quando queres dar a entender a alguém que está errado, começa por falar-lhe doutras coisas, acabando por chegar, como por acaso, aos actos que merecem reprovação. Descreve-os, então, de modo caricatural, diz todo o mal que pensas deles, mas fá-los acompanhar de circunstâncias diferentes, de modo a que a pessoa que queres aconselhar não se sinta directamente atingida. Procura que te escute de boa vontade, sem zangar-se; alegra a conversa com algumas piadas e, se de súbito o vires fazer má cara, mostra um ar cândido e interroga-o nesse sentido. Finalmente, misturando-as com considerações diversas, aborda as souluções a considerar num caso como o que te preocupa.

Jules Mazarin, in 'Breviário dos Políticos'

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Chefes...Não falta quem mande, falta é quem saiba mandar.

A Necessidade dos Chefes

De todos os hábitos a que nos entregamos, um reina sobre todos os outros no que se refere a malefícios quanto ao mundo futuro. Ê o hábito de ter chefes. O medo das responsabilidades, o gosto de se encostar aos outros, o jeito mais fácil de não ter que decidir os caminhos fizeram que a cada instante lancemos os olhos à nossa volta em busca do sinal que nos sirva de guia. Quando surge uma dificuldade de carácter colectivo, a primeira ideia é a de que devia surgir um homem que tomasse sobre os seus ombros o áspero martírio de ser chefe. Pois bem: pode ser que isto tenha trazido grandes benefícios em outras crises da História; nem vale por outro lado a pena saber o que teria sido a dita História se outras se tivessem apresentado as circunstâncias. Mas, na presente, a verdadeira salvação só virá no dia em que cada homem se convencer de que tem que ser ele o seu chefe. Ou, dentro dele, Deus.

Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O Orgulho Nacional...

O tipo mais barato de orgulho é o orgulho nacional. Ele trai naquele que por ele é possuído a ausência de qualidades individuais, das quais ele se poderia orgulhar; caso contrário, não recorreria àquelas que compartilha com tantos milhões. Quem possui méritos pessoais distintos reconhecerá, antes, de modo mais claro, os defeitos da sua própria nação, pois sempre os tem diante dos olhos. Mas todo o pobre-diabo, que não tem nada no mundo de que se possa orgulhar, agarra-se ao último recurso, o de se orgulhar com a nação à qual pertence; isso faz com que se sinta recuperado e, na sua gratidão, pronto para defender com unhas e dentes todos os defeitos e desvarios próprios à tal nação. Desse modo, de cinquenta ingleses, por exemplo, haverá no máximo um que concordará connosco quando falarmos, com justo desprezo, da beatice estúpida e degradante da sua nação; mas esta única excepção será com certeza um homem de cabeça.

Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

domingo, 14 de setembro de 2008

A Grandeza de Carácter...

Obedecer aos próprios sentimentos? Arriscar a vida ao ceder a um sentimento generoso ou a um impulso de momento... Isso não caracteriza um homem: todos são capazes de fazê-lo; neste ponto, um criminoso, um bandido, um corso certamente superam um homem honesto. O grau de superioridade é vencer em si esse elã e realizar o acto heróico, não por um impulso, mas friamente, razoavelmente, sem a expansão de prazer que o acompanha. Outro tanto acontece com a piedade: ela há-de ser habitualmente filtrada pela razão; caso contrário, é tão perigosa como qualquer outra emoção. A docilidade cega perante uma emoção - tanto importa que seja generosa ou piedosa como odienta - é causa dos piores males. A grandeza de carácter não consiste em não experimentar emoções; pelo contrário, estas são de ter no mais alto grau; a questão é controlá-las e, ainda assim, havendo prazer em modelá-las, em função de algo mais.

Friedrich Nietzsche, in 'A Vontade de Poder'

sábado, 13 de setembro de 2008

A Serenidade...

A Serenidade

A serenidade não é feita nem de troça nem de narcisismo, é conhecimento supremo e amor, afirmação da realidade, atenção desperta junto à borda dos grandes fundos e de todos os abismos; é uma virtude dos santos e dos cavaleiros, é indestrutível e cresce com a idade e a aproximação da morte. É o segredo da beleza e a verdadeira substância de toda a arte. O poeta que celebra, na dança dos seus versos, as magnificências e os terrores da vida, o músico que lhes dá os tons de duma pura presença, trazem-nos a luz; aumentam a alegria e a clareza sobre a Terra, mesmo se primeiro nos fazem passar por lágrimas e emoções dolorosas. Talvez o poeta cujos versos nos encantam tenha sido um triste solitário, e o músico um sonhador melancólico: isso não impede que as suas obras participem da serenidade dos deuses e das estrelas. O que eles nos dão, não são mais as suas trevas, a sua dor ou o seu medo, é uma gota de luz pura, de eterna serenidade. Mesmo quando povos inteiros, línguas inteiras, procuram explorar as profundezas cósmicas em mitos, cosmogonias, religiões, o último e supremo termo que poderão atingir é essa serenidade.

Hermann Hesse, in 'O Jogo das Contas de Vidro'

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Problemas da Vida???

Preferimos os Nossos Próprios Males

Em todas as situações em que nos coloca a Fortuna, comparamo-nos ao que está acima de nós e olhamos para aqueles que estão melhor que nós. Confrontemo-nos com o que está abaixo: não há niguém que seja tão mal-aventurado que não encontre mil exemplos com que se consolar. É defeito nosso antes encararmos de má vontade o que se acha à nossa frente que de bom grado o que se acha atrás. E, no entanto, como dizia Sólon, se num montão se empilhassem todos os males, não haveria ninguém que não preferisse continuar com os males que tem a chegar, com todos os outros homens, a uma equitativa repartição desse montão de males e a ficar com a sua quota-parte.

Michel de Montaigne, in 'Ensaios - Da Vaidade'

" A Sinceridade Habitual não passa de uma Máscara..."

Toda a acção é necessariamente mal conhecida. Para que não expressemos contradições de momento a momento, precisamos de uma máscara - como acontece se quisermos ser sedutores. Mas é preferível conviver com os que mentem conscientemente, porque esses também sabem ser verdadeiros conscientemente. Porque, a sinceridade habitual não passa de uma máscara, da qual não temos consciência.

Friedrich Nietzsche, in 'A Vontade de Poder'

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O valor da opinião dos outros...

O Valor da Opinião dos Outros

Muitas vezes tenho cismado em como é possível que cada homem ame a si mesmo mais que ao resto dos homens e, não obstante, dê menos valor à sua opinião de si próprio que à opinião dos outros. Se, pois, um deus ou um mestre sábio se apresentasse a um homem e lhe pedisse que não pensasse nada e não intentasse nada sem o expressar tão logo o concebesse, esse homem não suportaria tal situação um único dia que fosse. Muito mais respeito temos por aquilo que os nossos vizinhos possam pensar de nós do que por aquilo que pensamos a nosso próprio respeito.
Marco Aurélio, in 'Pensamentos e Reflexões'

Fim dos Anacletos...

Acabei hoje a leitura e fui das obras mais surpreendentes que já li. Talvez por não ter expectativas elevadas no ínicio consideirei o meu tempo por bem empregue.

Aja antes de falar e, portanto, fale de acordo com os seus actos.

É preciso que o discípulo da sabedoria tenha o coração grande e corajoso. O fardo é pesado e a viagem longa.

Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador.

Ser ofendido não tem importância nenhuma, a não ser que nos continuemos a lembrar disso.

A experiência é uma lanterna dependurada nas costas que apenas ilumina o caminho já percorrido.

Aquele que não prevê as coisas longínquas expõe-se a desgraças próximas.

Entre amigos as frequentes censuras afastam a amizade.

Mil dias não bastam para aprender o bem; mas para aprender o mal, uma hora é demais.

Aprende a viver como deves, e saberás morrer bem.

Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos.

Confúcio

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A Auto-destruição da Justiça.

O nosso maior defeito enquanto Sociedade é que cada problema que enfrentamos nos aparece como algo de novo e nunca vivido. Esquecemo-nos que somos Anões nas Costas de Gigantes

A Auto-Destruição da Justiça

À medida que aumenta o poderio de uma sociedade, assim esta dá menos importância às faltas dos seus membros, porque já lhes não parecem perigosas nem subversivas; o malfeitor já não está reduzido ao estado de guerra, não pode nele cevar-se a cólera geral; mais ainda: defendem-no contra essa cólera. O aplacar a cólera dos prejudicados, o localizar o caso para evitar distúrbios, e procurar equivalências para harmonizar tudo (compositio) e principalmente o considerar toda a infracção como expiável e isolar portanto o ulterior desenvolvimento do direito penal. À medida, pois, que aumenta numa sociedade o poder e a consciência individual, vai-se suavizando o direito penal, e, pelo contrário, enquanto se manifesta uma fraqueza ou um grande perigo, reaparecem a seguir os mais rigorosos castigos.
Isto é, o credor humanizou-se conforme se foi enriquecendo; como que no fim, a sua riqueza mede-se pelo número de prejuízos que pode suportar. E até se concebe uma sociedade com tal consciência do seu poderio, que se permite o luxo de deixar impunes os que a ofendem. «Que me importam a mim esses parasitas? Que vivam e que prosperem; eu sou forte bastante para me inquietar por causa deles...» A justiça, pois, que começou a dizer: «tudo pode ser pago e deve ser pago» é a mesma que, por fim, fecha os olhos e não cobra as suas dívidas e se destrói a si mesma como todas as coisas boas deste mundo. Esta autodestruição da justiça, chama-se graça e é privilégio dos mais poderosos, dos que estão para além da justiça.


Friedrich Nietzsche, in 'A Genealogia da Moral'

Anacletos...

Cada vez mais interessante a cada pagina que passa...

O silêncio é um amigo que nunca trai.

Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem?

Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.

Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo.

Não corrigir nossas faltas é o mesmo que cometer novos erros.

A humildade é a única base sólida de todas as virtudes.

O homem de palavra fácil e personalidade agradável raras vezes é homem de bem.

Se queres prever o futuro, estuda o passado.

Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas.

A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.

Coloque a lealdade e a confiança acima de qaulquer coisa; não te alies aos moralmente inferiores; não receies corrigir os teus erros.

A preguiça caminha tão devagar, que a pobreza não tem dificuldade em a alcançar.

Confúcio

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Anacletos...

Leituras de uma obra que a cada pagina se revela mais interessante.

Não há coisa mais fria do que o conselho cuja aplicação seja impossível.

Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro.

Aprender sem pensar é tempo perdido.

O homem que é firme, paciente, simples, natural e tranquilo está perto da virtude.

O mestre disse: Quem se modera, raramente se perde.

Pensar sem aprender torna-nos caprichosos, e aprender sem pensar é um desastre.

Quem de manhã compreendeu os ensinamentos da sabedoria, à noite pode morrer contente.

Se não sabes, aprende; se já sabes, ensina.
Confúcio

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Anacletos de Confúcio...

Primeiras leituras da obra de Confúcio...

Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores.

A cultura está acima da diferença da condição social.

A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído.

Nem todos podem ser ilustres; mas todos podem ser bons.

O mestre disse: Por natureza, os homens são próximos; a educação é que os afasta.
Quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte?.

Querem que vos ensine o modo de chegar à ciência verdadeira? Aquilo que se sabe, saber que se sabe; aquilo que não se sabe, saber que não se sabe; na verdade é este o saber.

Ao examinarmos os erros de um homem, conhecemos o seu caráter.

O mestre disse: Pode-se induzir o povo a seguir uma causa, mas não a compreendê-la.

Ver o bem e não fazê-lo é sinal de covardia.

Não fales bem de ti aos outros, pois não os convencerás. Não fales mal, pois te julgarão muito pior do que és.

De nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos.

O homem superior atribui a culpa a si próprio; o homem comum aos outros.

Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão.

Foge por um instante do homem irado, mas foge sempre do hipócrita.

O sábio envergonha-se dos seus defeitos, mas não se envergonha de os corrigir.

Confúcio

Confúcio...

Adquirí recentemente os Anacletos de Confúcio.
Serão os próximos posts constituídos por alguns dos seus pensamentos mais eloquentes..

Aqui fica uma breve biografia...

Confúcio é a forma latinizada de Kongfuzi (ou Kung-fu-tzé). Pouco se sabe de facto sobre sua vida. O pensador nasceu no antigo principado de Lu (atual Qufu), descendente do clã dos Kong. Com a morte do pai, Confúcio precisou de trabalhar para ajudar no sustento da casa. Teve, no entanto, uma educação refinada. Casou-se aos 19 anos e, ainda jovem, entrou para a administração do principado, atingindo, com o passar do tempo, o cargo de ministro da justiça. Mais tarde, desiludido com a política, deixou o cargo e a cidade. Confúcio começou a divulgar seus ensinamentos com a idade de 50 anos. Empreendeu longas viagens. Viajando e conversando, atraiu muitos discípulos, impressionados com sua sabedoria e a elevação de seu caráter. Suas idéias expandiram-se pelo país e por toda a China. A partir da dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.), diversos governantes passaram a se inspirar nas idéias de Confúcio, para a organização da sociedade. A doutrina de Confúcio, o confucionismo, está reunida num volume intitulado "Analectos", uma coletânea de aforismos que ele teria composto ou reescrito, a partir de textos remotos da civilização chinesa. Após longa peregrinação, com cerca de 70 anos, Confúcio retornou a sua terra natal. Três anos depois, faleceu. O Templo de Confúcio, na cidade de Qufu, na atual província de Shandong, tornou-se, através dos séculos, local de veneração, apesar de o filósofo ter sido condenado pelo Partido Comunista, depois da Revolulão Chinesa. A sua filosofia ainda exerce imensa influência sobre o pensamento e a mentalidade chinesa nos dias de hoje.

Para Rir...

Pensamentos profundos:

- Embebedei-me para te esquecer, mas agora vejo-te a dobrar!

- Um dia estava na minha cama a observar as estrelas quando me perguntei: ONDE ANDA O TECTO ??

- Vou escrever algo profundo: ... SUB-SOLO

- Se a montanha vem a ti... corre, porque é um desmoronamento!

- Não existem opiniões estúpidas...mas sim estúpidos que opinam...

- Existem duas palavras que abrem muitas portas: puxe e empurre.

- Quem ri por último...é retardado.

- Não vejo a hora de me ir embora. (O cego)

- Antes estava indeciso... agora não sei...

- Trabalhar nunca matou ninguém...mas para que arriscar-se?

- Já te disse 100 milhões de vezes que não sou exagerado!

Filosofias???

- Prefiro ser um homem de paradoxos que um homem de preconceitos. (Jean-Jacques Rousseau)

- A verdade não é a estrada para a riqueza. (Jean-Jacques Rousseau)

- Só há uma diferença entre um louco e eu. O louco pensa que é sadio. Eu sei que sou louco. (Salvador Dali)

- Tem mais do que mostras; fala menos do que sabes. (William Shakespeare)

- Somos feitos de carne, mas temos que viver como se fossemos feitos de ferro. (Sigmund Freud)

- O ideal no casamento é que a mulher seja cega e o homem surdo. (Sócrates)

- Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem. (Sócrates)

- Nenhuma situação é tão complicada que uma mulher não possa piorar. (Tom Jobim)

- A tolerância é a melhor das religiões. (Victor Hugo)

- Críticos são sujeitos que têm mau hálito no pensamento. (Vinícius de Moraes)

- Não chame de honesto um homem que nunca teve a oportunidade de roubar. (Ditado judaico)

- Errar é humano, persistir no erro é americano, acertar no alvo é muçulmano. (Autor anônimo)

- Só existem dois dias no ano em que você não pode fazer nada pela sua vida: Ontem e Amanhã. (Dalai Lama)

domingo, 7 de setembro de 2008

Filosofia??? "Têm muito que se lhe diga..."

- Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha. (Confúcio)

- Aquele que aprende mas não pensa, está perdido. Aquele que pensa mas não aprende, está em grande perigo. (Confúcio)

- Espere o melhor, prepare-se para o pior e receba o que vier. (Provérbio chinês)

- Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem. (Jean Paul Sartre)

- Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens. (Nietzsche)

- A penicilina cura os homens, mas é o vinho que os torna felizes. (Fleming)

- Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço. (Dave Weinbaum)

- Para cada coisa que acredito saber, dou-me conta de nove que ignoro. (Provérbio Árabe)

Pensa...

- Desistir é uma solução permanente para um problema temporário. Pense nisto! (James MacArthur)

-É muito mais fácil reconhecer o erro do que encontrar a verdade. O erro está na superfície e, por isso, é fácil erradicá-lo. A verdade repousa no fundo e não é quem quer que consegue chegar até ela. (Goethe)

- As más companhias são como um mercado de peixes; acaba-se acostumando com o mau cheiro. (provérbio chinês)

- Aquele que obtém uma vitória sobre outros homens é forte, mas aquele que obtém uma vitória sobre si próprio é todo-poderoso. (Lao-tsé)

- Lamentar aquilo que não temos é desperdiçar aquilo que já possuímos. (provérbio chinês)

- A virtude da humanidade consiste em amar os homens; a prudência, em conhecê-los. (Confúcio)

- As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras. (Lao-Tsé)


sábado, 6 de setembro de 2008

Mais para Reflectir...

- Pessoas normais falam sobre coisas, pessoas inteligentes falam sobre idéias, pessoas mesquinhas falam sobre pessoas. (Platão)

- Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância. (Sócrates)

- A subtileza do pensamento consiste em descobrir a semelhança das coisas diferentes e a diferença das coisas semelhantes. (Montesquieu)

- Nada é bastante para quem considera pouco o suficiente. (Confúcio)

- O homem de gênio e o doido assemelham-se neste ponto: ambos vivem num mundo diferente daquele em que vivem os outros mortais. (Arthur Schopenhauer)

- O cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um. (autor anônimo)

- Não brilhe apenas para que os outros vejam, mas para que sejam iluminados. (Masaharu Taniguchi, líder espititual japonês)

- Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, ele seria honesto ao menos por desonestidade. (Sócrates)

- Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação, porque o seu caráter é o que você realmente é, enquanto a reputação é apenas o que os outros pensam que você é. (John Wooden)

Para Reflectir...

-A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre. (Aristófanes)

- Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio. (Provérbio indiano)

- Deus deve amar os homens medíocres. Fez vários deles. (Abraham Lincoln)

- Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência. (Arthur Schopenhauer)

- A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas, como se fosse a primeira vez. (Friedrich Nietzsche)

- Quem decide pode errar. Quem não decide já errou. (Herbert Von Karajan)
- Quem tem muito dinheiro pode ser burro o quanto quiser. (Ovídio)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Eu... Mais uma pérola...

Eu...

Sou só e sou eu mesma. O que pensem e digam
os demais, nada importa; eu tenho a minha lei.
Que outros a multidão, covardemente, sigam,
pelo caminho oposto, altiva, eu seguirei.
Que, sem brio e vergonha, outros tudo consigam
e que zombem de mim porque nada alcancei;
quanto mais, com seu ódio, o meu nome persigam,
tanto mais orgulhosa em trazê-lo, serei.
Às pedradas não fujo e as tormentas aceito;
mas a espinha não curvo em prol de algum proveito,
minha atitude sempre a mesma se revela;
A mim mesma fiel, a minha fé não traio;
e, se em dia fatal ferida pelo raio
tombar minha bandeira eu tombarei com ela!

Adelaide Schloenbach Blumenschein

Amor e Justiça...

Porque é que se sobrestima o amor em detrimento da justiça e se diz dele as coisas mais lindas, como se ele fosse uma entidade muito superior àquela? Pois não é ele visivelmente mais estúpido que aquela? Por certo, mas, precisamente por isso, tanto mais agradável para todos. Ele é estúpido e possui uma rica cornucópia; tira desta os seus presentes e distribui-os a qualquer pessoa, mesmo que esta não os mereça e até nem sequer lhe agradeça por isso. É imparcial como a chuva, a qual, segundo a Bíblia e a experiência, não só encharca o injusto até aos ossos, mas também, em determinadas circunstâncias, o justo.
Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Pessoa e mais Pessoa...

Aqui no meio do mar tenho me dedicado a ler a obra de Fernando Pessoa.
Encontrei mais uma Pérola...

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar se ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis
no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou contruir um castelo...

Fernado Pessoa